quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Retrato de uma lutadora

Tem pessoas que fazem da luta pela justiça social uma das principais marcas da sua personalidade. Uma dessas pessoas é Luiza Correa Freitas de Amorim.



Era uma vez... uma menina muito curiosa e que adorava ler histórias. Luiza é a filha mais velha dos seis filhos de Pedro e Olga. Nasceu no Rio de Janeiro, em um momento em que o mundo comemorava o final da II Guerra Mundial. Herdou o nome da avó materna, uma senhora portuguesa cheia de personalidade.

Desde cedo, por ser a mais velha, Luiza teve que ajudar em casa, principalmente cuidar de seus irmãos mais novos. A vida da família não era fácil. O pai de Luiza, o sábio Seu Pedrinho, tinha que trabalhar em mais de um emprego para poder manter a família. No Natal, como não tinha dinheiro para comprar presentes para todos os filhos, sempre dava livros de história, e dizia que esse presente, além de ser para todos, seria lembrado para sempre.

Apesar de ser muito estudiosa e gostar de ir à escola, o momento que Luiza aguardava ansiosamente eram as férias! Durante as férias, ela e seus irmãos iam para a casa das tias-avós, uma casa com um quintal grande, com uma acolhedora casinha de bonecas, onde diversas histórias e brincadeiras tinham seu espaço garantido.

Nesse meio tempo a situação política do país foi se complicando e a terrível ditadura militar foi implantada no Brasil. Nessa época, Luiza estava terminando o curso clássico (antigo ensino médio voltado para os estudantes que optavam pela área de humanas). Quando terminou a escola, embora quisesse ir logo para a faculdade, Seu Pedrinho não deixou, porque sabia como era sua filha. e temia que suas idéias a levassem a ser presa pela polícia. Por isso, ele pediu que ela esperasse um pouco. Então, Luiza começou a trabalhar como professora.

Um pouco mais velha e mais amadurecida, após estudar alguns meses num cursinho pré-vestibular, ela conseguiu passar no concorrido vestibular para Letras na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Na época a relação candidato vaga passava dos 40, mas com muito empenho e determinação ela conseguiu vencer esse desafio. Durante a faculdade, Luiza perdeu alguns colegas, vítimas dos militares, mas esses fatos tristes não abalaram sua fé que dias melhores viriam.

Sua rotina era bastante puxada! Luiza estudava em Niterói, mas continuava morando no Rio. Além de estudar, ela trabalhava em duas escolas diferentes, ou seja, dormia muito pouco, saia de casa muito cedo para pegar uma barca e ir para a UFF, voltava para o Rio, ia para uma escola pela tarde, e ainda dava aulas a noite. Mas essa correria nunca fez com que ela fosse menos empenhada com os estudos, sendo sempre uma das melhores alunas da sala.

O tempo foi passando, Luiza se formou, fez pós-graduação, continuou dando aulas de Português, Inglês e Literatura, sempre muito respeitada entre os colegas e admirada pelos alunos. Era atuante no Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro, apesar de toda pressão e perseguições.

Um belo dia, num almoço de confraternização, ela conheceu José Mario, aquele que viria a ser o amor da sua vida. Com algum tempo de casados veio a surpresa: apesar de já ter 38 anos ela estava grávida. Muitos diziam que o neném não seria saudável, que era perigoso uma mulher daquela ter um filho, mas Luiza não desistiu e alguns dias antes do Natal, quase um mês antes da hora, nasceu sua filha Maria Inês.

Quando José Mario se aposentou, a família se mudou para Nova Friburgo, cidade da região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Lá, Luiza fez muitas amizades, virou presidente da Associação de Moradores do seu bairro, Vale dos Pinheiros, participou do Sindicato dos Professores da cidade, fez parte de vários conselhos comunitários, como o de Segurança e Saúde. Sempre a frente de lutas para que a população de sua cidade tenha uma vida mais digna e justa.

Ela e seu marido estão à frente de um programa na rádio comunitária da cidade, a Rádio Comunidade FM. Em seu programa, o Comunidade em Debate, sempre são debatidos os principais assuntos da cidade e do Brasil, e o ouvinte tem sempre espaço para fazer seus comentários no ar, sem qualquer tipo de censura.

Agora, Luiza está aposentada, mas continua a frente de sua luta e de movimentos sociais. Em seu escasso tempo livre, gosta de ler jornal, assistir filmes, conversar com seus amigos e cuidar das flores do seu jardim.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Radioteatros: "O Gago" e "Medo de Avião"



Ouça os podcasts "O gago" e "Medo de Avião" feitos pela equipe do blog e alguns convidados.

No podcast "O Gago" fizemos um radioteatro contando uma das desventuras de Mônica Lemos, dona de uma loja de artigos para decoração.

Ficha técnica:

Produção: Fernanda Mendes, Inês Amorim e Paula Chaves
Artistas: Tiago Agostinho como o Gago, Inês Amorim como Mônica Lemos e Zana Ferreira como narradora.
Apoio técnico: José Tarcísio e Paulo Rosado
Sob a orientação do Professor Carlos d'Andréa

Já no podcast "Medo de Avião" contamos a divertida história de Maria Célia, mais conhecida como Té, e sua resposta original sobre o medo de avião.


Ficha técnica:

Produção: Fernanda Mendes, Inês Amorim e Paula Chaves
Artistas: Tiago Agostinho como Pedro, Inês Amorim como Mãe, Paula Chaves como narradora e Zana Ferreira como Té.
Apoio técnico: José Tarcísio e Paulo Rosado
Sob a orientação do Professor Carlos d'Andréa


Galera, um link para o nosso podomatic, onde vocês podem fazer os downloads dos podcasts!

http://era1vezalguem.podomatic.com/



sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Música em foco

Existem pessoas que já nascem com a música no sangue e não conseguem guardar para si essa paixão. Francisco de Assis, o Chiquinho, é uma delas que estão sempre levando a cultura da música para o povo.




Era uma vez...um menino nascido em uma pequena cidade de Minas Gerais, Ubaporanga. Vindo de uma família numerosa, Francisco de Assis é o 16º dos 17 filhos de Dona Julieta Rozado e do Sr. Bernardino Costa. Seu nome foi escolhido pela mãe, sempre muito religiosa, em homenagem ao santo protetor dos animais. Chiquinho aproveitou muito a infância ao lado dos seus amigos e irmãos. Brincavam de pique, carrinho de rolimã e construíam seus próprios brinquedos. Saiam de casa pela manhã e voltavam só a tardezinha deixando as mães preocupadas.


Com 15 anos Chiquinho foi para Viçosa trabalhar no escritório de contabilidade do irmão e continuou seus estudos à noite. Após concluir o ensino médio ele desejava continuar na cidade, mas como não tinha o curso de Ciências Contábeis na UFV ele matriculou-se em um curso técnico de contabilidade em Ponte Nova. Trabalhava no período da manhã e da tarde com seu irmão e à noite estudava. Em 1983 formou-se e logo foi contratado como contador pelo grupo Mundial de Viçosa. Algum tempo depois, abriu seu próprio escritório de contabilidade. Seu negócio foi progredindo, e hoje é respeitado em Viçosa e motivo de orgulho para ele.

Chiquinho sempre esteve rodeado pela música. Ainda nos tempos de Ubaporanga, gostava de pegar escondido o violão de sua irmã, Laura e tocar. Sua casa vivia cheia de gente e eram freqüentes as festas animadas pela música. Acostumado a ouvir somente as rádios de sua cidade, foi em Viçosa que ele pôde abrir o leque para a música. Costumava a tocar no Bar Miragem, que era uma referência musical em Viçosa. Foi lá que conheceu sua esposa Marisa, e se casaram em 1986. Neste mesmo ano tiveram sua primeira filha Nívea e dois anos mais tarde o caçula, Ramon.

Chiquinho e seus amigos se divertiam tocando, cantando e saindo pelas ruas de Viçosa fazendo serenata. Mas foi somente mais tarde que surgiu seu primeiro grupo musical, o Comitiva, que tocava musica regional. Tocador de viola, Chiquinho sentia falta da divulgação desse gênero em Viçosa. Em 1996, propôs para a Rádio Universitária um programa sobre viola e desde então apresenta o Cheiro de Relva. Quando o programa fez um ano, Chiquinho fez um encontro de violeiros para comemorar. O evento, que é realizado anualmente, virou uma referência em Minas Gerais.

Atualmente Chiquinho faz apresentações em vários eventos, junto com seu filho Ramon ou com seu grupo Cheiro de Relva. Solidário e apaixonado pela música caipira e cultura popular, ele alia o útil ao agradável. Promove eventos musicais sem esquecer-se do lado social, arrecadando alimentos e brinquedos para os mais carentes. Além disso, Chiquinho possui vários projetos para levar a arte e a música até a população, mostrando a importância que elas têm na vida de cada um.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Política com generosidade

Há pessoas que contribuem para que o lugar onde ela viva torne-se melhor. Seu Wantuir Ferraz, mais conhecido como Doca, foi vereador de Viçosa por três mandatos e soube retribuir a população o carinho e a confiança que nele depositaram.




Era uma vez... um menino nascido na zona rural de
São Miguel do Anta, região apelidada de Capivara. Apesar de pequeno, sempre teve responsabilidades de gente grande. Dar comida aos animais, cuidar de plantações, ajudar no engenho, cuidar da casa, essas e muitas outras obrigações eram divididas entre ele e seus sete irmãos.

Aos 12 anos, Doca mudou-se com sua família para Viçosa com a finalidade de continuar seus estudos e trabalhar. Seu primeiro emprego foi de ajudante de caminhões que transportavam milho, e depois trabalhou na
funerária Vitarelli. Assim que terminou o antigo Segundo Grau, entrou no Tiro de Guerra e foi trabalhar no refeitório universitário da UFV (RU). Na portaria ou na roleta, Doca marcou sua passagem pelo RU ajudando muitos estudantes. Ele conta que comprava uma cartela com cerca de 30 tickets e emprestava para aqueles que estavam sem dinheiro no dia. Sua simpatia e generosidade foram retribuídas com uma homenagem dada por uma turma de formandos de meados da década de 1980.

Depois de trabalhar durante 13 anos no RU, foi ser zelador de um dos alojamentos da UFV. Mais tarde, Doca foi transferido para a
Casa Arthur Bernardes, a antiga residência do ex-presidente do Brasil, que foi transformada em museu.

Sempre gostou de política, tanto que em 1988 foi eleito vereador pelo PMDB. Elegeu-se vereador por três vezes, sendo que na última, foi o vereador mais votado de Viçosa e também eleito Presidente da Câmara. Seus principais projetos de leis foram: passe livre para os pacientes que fazem hemodiálise e também para os acompanhantes de portadores de necessidades es
peciais; também garantiu auxílio funerário para os viçosenses que falecem em outros municípios e precisam ser transportados para cá.

Um fato engraçado contado por Doca da sua época de vereador é que quando era eleito acontecia de algumas pessoas o confundirem com outros candidatos. “Muitos falavam: oh seu João, votei em você. E, achando graça, eu retribuía com um abraço e agradecia”.

O seu terceiro mandato foi marcado por um fato triste: “um dia que eu não gostaria que tivesse acontecido”, segundo Doca. O prefeito da época, Antônio Chequer, faleceu e Doca assumiu a prefeitura por um dia, já que o vice-prefeito estava se preparando para assumir o cargo mais alto do poder executivo da cidade.


Casado com Jeanne Maria há 30 anos, Doca têm três filhos: Jefferson, Bráulio e Lidci. Durante a semana, ele leva uma vida mais calma, com a família, mas nos finais de sema
na gosta de sair à noite para conversar com os amigos, dançar forró e tomar uma cervejinha de leve. Um dos lugares mais freqüentados por Doca é a Cabana Roda, onde de tão conhecido tem até uma mesa “cativa”.

Seu Doca não se candidatou mais a vereador, mas não deixou de ajudar Viçosa e hoje, é o presidente do PMDB na cidade. Também continua trabalhando na Casa Arthur Bernardes esbanjando simpatia e generosidade.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Esculpindo a infância

Tem gente que valoriza a melhor época da vida: a infância. E, além disso, ajuda várias pessoas a reviverem esse tempo mágico e que traz tanta saudade. Uma delas é o empresário e artesão Sebastião Eugênio Santana, o Tião.




Era uma vez... um lugar onde materiais de construção e o mundo encantado da infância se misturam. Na vitrine da loja de Tião, entre ferramentas e lâmpadas, estão bonequinhos que recriam as antigas brincadeiras de crianças. Seu Tião passa horas prazerosas em sua oficina sonhando e fazendo artesanatos a partir de raízes de plantas, madeiras, cria estátuas, além de seus xodós: os bonequinhos de biscuit. Pião, amarelinha, gangorra, carrinho-de-rolimã, bolinha de gude, são algumas das brincadeiras que deixam saudades e que merecem ser eternizadas pelas mãos do artesão.

E foi nas tardes em que passava ao lado de seu pai, na loja de secos e molhados, que o pequeno Tião descobriu a arte de construir brinquedos. Trabalhava durante a semana, ansioso para chegar sábado e domingo pra poder brincar com suas pipas e caminhõezinhos. Membro de uma família numerosa, ao lado de seus 13 irmãos, curtiu uma infância muito alegre, em Porto Firme.

Aos 14 anos, seguindo os passos dos irmãos mais velhos, Tião mudou-se para Viçosa com seus pais a fim de estudar e trabalhar. O comércio estava em seu sangue. Desde que chegou a Viçosa, ele trabalhou ao lado de seus irmãos e juntos construíram a famosa rede de empreendimentos Mundial. Cada membro da família escolheu um ramo de atuação, uns ficaram com o hoteleiro, outros com loja de tecidos, outros de sapatos e Seu Tião preferiu administrar uma loja de materiais de construção, a Casa Econômica, em frente à Estaçãozinha.

Em Viçosa, conheceu aquela que seria sua esposa, amiga e companheira Maria Terezinha Pimentel de Santana, e hoje vivem uma união de mais de 30 anos. Não teve filhos, mas adora crianças e vive cercado por seus sobrinhos.

Quem entra no escritório de Tião, descobre seu gosto por coleções. Sempre muito simpático, faz questão de mostrá-las: um painel atrás de sua mesa com fotografias que narram momentos marcantes de sua vida; uma montagem de notas antigas e fotos de suas sobrinhas e afilhadas na sua escrivaninha, sob um vidro, além de diversas outras fotos de momentos importantes.

Com seu jeito simples e carinhoso Tião também coleciona uma legião de amigos, que têm motivos de sobra para gostar dele. Uma dessas qualidades é a de sempre acreditar nas pessoas e motivá-las, como o seu hábito de presentear vestibulando com um passarinho da sorte, dizendo: “caso você não passe no vestibular, venha aqui e devolva o passarinho”, até hoje, ninguém devolveu. Também gosta de presentear amigos com suas obras de arte. Já expôs seus trabalhos no Museu Histórico da Universidade Federal de Viçosa. Uma obra que vale a pena ser vista é seu presépio feito com um antigo e corroído latão de lixo e folhas de bananeira. A obra possui uma grande riqueza de detalhes e sua singeleza toca os corações ao relembrar o nascimento de Jesus.

Nas horas vagas, Seu Tião faz hidroginástica e caminhada para manter sua saúde, mas a sua paixão é pescar: sempre se diverte pescando com sua esposa e seus amigos. Já foi para o Mato Grosso e Pantanal e tem muitas histórias para contar dessas aventuras. Quando não viaja para o Centro Oeste brasileiro, pesca nos tanques de sua chácara. Tião já viajou por várias partes do Brasil e inclusive visitou o Chile e a Argentina. Mesmo já tendo viajado bastante, ele ainda sonha em conhecer cada cantinho do seu país, principalmente a Amazônia.

Religioso, alegre e boa-praça, Seu Tião conquista a todos com seu jeito simples de ver a vida!



PS: Aguardem que mais fotos dos bonequinhos de Tião virão...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Conexão Líbano-Brasil

Têm pessoas que embora tenham nascido em determinado país, acabam encontrando seu verdadeiro lar num continente bem distante. É o caso do Sr. Abdou Nagib Obeid, que saiu do longínquo Líbano e veio parar em Viçosa.




Era uma vez... Abdou Nagib Obeid nasceu em Bzibidin, no Líbano dia 05 de outubro de 1921. Quando Abdou tinha apenas 10 anos, seu pai faleceu e ele ajudou a criar seus dois irmãos mais novos com a ajuda das suas três irmãs mais velhas. A partir daí, começou a trabalhar e estudar. Trabalhou em várias profissões: foi sapateiro, açougueiro, comerciante, chefe de partido político, dentre outras.
O Líbano nesta época estava sendo governado pela França, por isso, desde seus primeiros anos na escola aprendeu a língua francesa, que é completamente diferente da sua língua materna: o árabe.
Muito simpático, Abdou conheceu o Líbano inteiro como chefe de partido político, e em cada lugar que passava conquistava um coração possuindo assim, pelo menos uma namorada por cidade. Porém, deixou claro que nunca fez mal a nenhuma moça.
Como o bom aventureiro que é, resolveu explorar novos lugares. Escolheu o Brasil, onde morava um tio, irmão de sua mãe e em 1956, mudou para cá com seu próprio dinheiro. Não falava português, mas falava francês que é semelhante, por isso, conseguiu se virar nos primeiros momentos. Como é muito esperto e inteligente, logo aprendeu o idioma de seu novo país.
Foi para a cidade de Governador Valadares, no estado de Minas Gerais. Como seu tio começou a tentar lhe explorar financeiramente, tal como fazia ainda no Líbano, resolveu mudar para Viçosa, onde já morava um primo, Fuad Chequer, há muitos anos.
Em Viçosa, Sr. Abdou trabalhou como comerciante. Com o passar do tempo, foi prosperando, comprou uma casa própria em uma rua mais afastada, mas ainda no centro da cidade e na garagem montou uma vendinha, onde vendia de tudo: roupas, comida, doces, sapatos. Mais tarde, os doces da venda foram fazer a alegria dos netos de Sr. Abdou, que entravam na loja correndo a procura de chicletes e balas.
Um belo dia, conheceu aquela que seria sua esposa: Maria Said, da cidade vizinha a Viçosa, Cajuri. Com ela, que coincidentemente era filha de Libaneses, casou e teve quatro filhos: Jamile, Amira, Flávio e Elias e cinco netos.

Voltou ao Líbano duas vezes para rever seus familiares. Na última vez que foi a seu país, em 1999, encontrou no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro o ex-governador fluminense Leonel Brizola, tirou uma foto com ele e revelou ao político que todos o consideravam parecido com ele fisicamente.

Admira muito a família, sobretudo seus antepassados, como seu avô, que era político e muito bem quisto pelo seu povo. Também relembra com muito carinho de sua esposa, Maria Said Obeid, falecida a pouco tempo.
Defende o estudo e a busca pelo conhecimento, ressaltando a importância de se saber o que está acontecendo no mundo, pois só assim o indivíduo cresce. Gosta muito de política, é bastante religioso, pacífico, muito bem humorado, falante, possui uma conversa agradável e uma personalidade forte.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Onde a esperança tem vez

Existem pessoas que não esperam as coisas acontecerem e sim, lutam para que algo melhor se concretize e o Brasil se desenvolva. Maria Ignez Breder Barreto é umas dessas batalhadoras, tendo sua história de vida confundida com a construção da democracia brasileira.


Era uma vez... em Nova Friburgo, no interior do estado do Rio de Janeiro, uma grande família que vivia numa casa que tinha um fogão à lenha, onde as roupas eram passadas com ferro à brasa e os banhos tomados em bacias. Apesar de não haver as facilidades da vida moderna, a tranqüilidade estava presente no cotidiano das pessoas. As crianças brincavam na rua e podiam ir e voltar sozinhas do colégio.
Nesse cenário, no finalzinho da década de 1940, nasceu Maria Ignez. Desde pequena já se preocupava com as pessoas ao seu redor, ajudando em casa e cuidando dos seus 11 irmãos. Muito estudiosa e participativa na escola, conversa longamente com seu pai sobre cidadania e respeito ao próximo. Com 14 anos começou a trabalhar e, sem largar os estudos, passou a freqüentar as aulas à noite. Logo, passou em um concurso público e foi ser professora em um município vizinho, mas continuou estudando.
Em 1968, o Brasil e a vida de Ignez mudaram. A Ditadura Militar brasileira entrou em seu momento mais violento. Maria Ignez ficou noiva e casou com Waldeck, um homem que compartilhava de seus ideais de liberdade. Em 1970 a vida do casal se alegrou com a chegada da primeira filha, a Débora. Em uma noite de 1971 a família teve que fugir do país devido a perseguições políticas e foram buscar asilo no Chile.
Aos poucos tentaram reconstruir a vida no Chile, Waldeck foi trabalhar como operário e ela foi dar aula na creche de uma fábrica estatizada, além de estudar na Universidade Católica do Chile. Quando a vida já estava tomando um rumo e as vésperas da chegada do segundo filho, veio o golpe que destituiu o presidente Salvador Allende e a ditadura foi instaurada no país. Com ajuda da Cruz Vermelha e da ONU eles seguiram em exílio para a França. Chegando ao novo país, ao desembarcar do avião, André nasceu. A vida seguiu, e eles viveram por seis anos na França, quando, em 1979 veio a anistia e finalmente os quatro regressaram ao Brasil.
Por complicações burocráticas, demorou sete anos para conseguir voltar ao seu antigo cargo público. Nesse meio tempo, fez novo concurso e passou, ficando então, com dois empregos e chegou sua caçulinha Natalia.
Ignez trabalhou muito por uma de suas maiores paixões: a educação. Reuniu com o grande educador Darcy Ribeiro para contribuir com a construção do CIEP (Centro Integrado de Educação Pública), tido como referência em sistemas educacionais no país. Infelizmente, foi obrigada a se aposentar devido a um câncer.
Conseguiu vencer mais essa batalha e mesmo não estando a frente de algum cargo na rede pública de ensino, nunca abandonou seus ideais e segue em defesa da cidadania participando de movimentos sociais.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Com bom humor se faz uma boa Pasta

Todas as pessoas nascem com um dom. Mas, descobrir qual é esse dom e saber aproveitá-lo, é para poucos, como o Seu Zé, que nasceu com a vocação de ser patrão de si mesmo.




Era uma vez... uma ilha bela e tranqüila, quase uma terra encantada. Foi neste paraíso baiano, que nasceu José Santos do Nascimento. Independente desde pequenino, Zé saía pela ilha em diversas aventuras. Com apenas 3 anos, já se embrenhava nas águas selvagens das praias. Com 5, pegava escondido escuninhas e saía mar adentro, para o desespero de sua mãe, que na praia clamava pelo retorno do seu querido filho.

Um dia teve que abandonar sua ilha encantada e foi morar na Cidade Maravilhosa. Lá, continuou sendo um garoto de praia. O tempo foi passando, Zé estudou, formou e abriu seu primeiro negócio, um bar, concretizando sua vocação para negócios. Nesse meio tempo, ele conheceu sua primeira esposa. O casamento durou apenas dois anos, mas deixou um presente: seu único e querido filho.

Reza a lenda, que todo baiano gostaria de conhecer Minas Gerais. E, como um bom representante do seu estado, Zé também tinha esta vontade. Como sempre ouviu falar bem de Viçosa, resolveu conhecer a cidade. Quando chegou, gostou tanto do lugar, que nunca mais saiu. Foi em Viçosa que conheceu seu verdadeiro amor e com ela compartilha vinte anos de uma união feliz.

Sempre trabalhador, foi gerente de uma grande padaria de Viçosa. Inquieto, buscava ter seu próprio negócio, por isso, se interessou pelo bar que estava à venda ao lado. Juntando uma pitada de simpatia, com outra de bom humor e um espírito empreendedor, Seu Zé transformou o Presto Pasta num dos bares mais populares de Viçosa. O bar é freqüentado principalmente por estudantes.

Seu Zé é tão querido, que os formandos de janeiro de 2008 resolveram fazer uma justa homenagem a ele. Em suas palavras, foi uma experiência fenomenal, comparando-a com a sensação de um astronauta dentro de uma bolha sem gravidade, “tinha hora que eu sentia que não estava pisando no chão”.

Seu Zé parou de fumar há dez anos e gosta de praticar exercícios físicos. Levando uma vida saudável, hoje não tem mais a idéia que está velho demais para correr e ir a academia, pois percebeu que todo mundo é capaz de fazer qualquer coisa, é só querer. Como ninguém é de ferro, no seu tempo livre gosta de tomar umas cervejinhas e conversar com os amigos.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Auxiliando com amor

Certos nomes imprimem uma característica da pessoa que o possui. A Auxiliadora é uma dessas pessoas.



Era uma vez... Auxiliadora, a principal responsável pela organização do Laboratório de Jornalismo da UFV. Mas, ela não cuida apenas do laboratório, Auxiliadora é amiga e uma espécie de segunda mãe para todos os estudantes de Jornalismo. Sempre compreensiva, ela tenta solucionar problemas que surgem, acalmando ânimos e dando sugestões interessantes.
Nascida em Teixeiras, Auxiliadora é uma pessoa alegre e de bem com a vida. Quando criança, era sapeca, gostava de brincar na rua com seus amigos até tarde. Jogava queimada, ia nadar no ribeirão, brincava de pique e outras tantas traquinagens de uma criança livre e feliz. Auxiliadora lamenta que hoje em dia as crianças não têm mais o tipo de infância que ela teve, e desde cedo ficam na frente do computador ao invés de correr e exercitar a criatividade.
Com o passar dos anos, as brincadeiras de menina deram lugar às longas conversas na praça com os amigos. Teixeiras era uma cidade calma e sem muitas opções de lazer, por isso, Auxiliadora se sentia sortuda por morar perto da praça, o point da cidade.
Determinada, começou a trabalhar na gráfica da UFV em Viçosa, mas continuou morando em Teixeiras. Nesse meio tempo, conheceu Afonso, e depois de seis meses eles se casaram. Para muita gente, seis meses pode parecer pouco tempo, mas para Auxiliadora foi suficiente para perceber que estava diante do grande amor de sua vida. Tiveram duas filhas: Mariana e Corina.
Auxiliadora é muito prendada: borda, costura e faz crochê. Caseira, adora descansar, cuidar de suas plantas e de seus animais: três cachorros, Lisa, Minca e Tuca e o gato Miu. Tecnologia é algo que faz parte de sua vida. Por ser curiosa e antenada, está sempre buscando informações sobre o mundo na Internet, chegando a assinar revistas virtuais e a fazer parte de sites de relacionamento, como o Orkut. Inclusive, os alunos de Jornalismo criaram uma comunidade dedicada a ela: Eu amo a Auxiliadora.
Nos fins de semana, quando não está em casa, gosta de se aventurar. Sobe na garupa da moto de seu marido e, com os cabelos ao vento, viaja pelo Brasil afora.
Em breve Auxiliadora irá se aposentar e os estudantes de Jornalismo sentirão falta de sua segunda mãe. Esperaremos sempre uma visita, ao lado de Seu Didi, quando ele finalmente levará o prometido café.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A Vida do Didi

Muitas vezes, convivemos com uma pessoa todos os dias, mas nunca paramos para pensar quem ela é realmente. Para todos os alunos de Comunicação Social/ Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV) – MG conviver com Seu Didi tornou-se algo extremamente corriqueiro e agradável. Mas alguém sabe quem é Adir Gomes da Silva?





Era uma vez... Adir, o Didi, um garoto muito arteiro. Ele gostava de nadar no ribeirão escondido dos pais, jogar futebol, além de brincar com seus amigos e seus 14 irmãos. Desde cedo, já era trabalhador e sabia correr atrás do que queria. Já foi engraxate, trabalhou num açougue e carregou as malas dos viajantes que desembarcavam na rodoviária de Viçosa.
Após muitos senhores terem seus sapatos bem lustrados, muitas senhoras as malas carregadas e donas de casa as carnes fatiadas, Didi foi trabalhar na UFV, na gráfica da Editora da Universidade. Depois, ele levou sua competência e bom humor para os biólogos e os futuros biólogos, quando passou pelo Departamento de Biologia, tirando fotografias técnicas. Em 2006 foi trabalhar no laboratório de Jornalismo, onde se tornou o nosso Seu Didi. Sempre alegre e brincalhão, Seu Didi está apostos para ajudar a todos que precisam. Cheio de personalidade, fica indignado pelo laboratório de fotografia do curso, que já proporcionou muitas práticas fotográficas interessantes para alguns estudantes, não estar mais funcionando.
Nesse meio tempo, conheceu uma pessoa que mudaria a sua vida: Rita. Em 1980, Didi e Rita subiram ao altar. Vivendo um casamento feliz, eles tiveram três filhos: Thiago, que forma em Direito este ano, Matheus, que nas palavras do pai “ainda busca um rumo na vida” e Larissa, que cursa Educação Física.
Seu Didi adora política e é comprometido com causas sociais. É membro da Associação dos Servidores Administrativos da UFV (ASAV) e já foi convidado para se candidatar a um cargo de vereador, mas “não quer mexer com isso não”. No seu tempo livre, gosta de ir ao clube, tomar uma cervejinha e pescar. Quando dirige e faz alguma outra coisa, gosta de ouvir música, sobretudo música romântica, como sertaneja e pagode.
Ano que vem, Seu Didi irá dedicar mais tempo à pescaria, pois vai se aposentar. Esperamos que ele não se esqueça da casa 39 da Vila Giannetti e volte sempre para nos fazer uma visita.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Por trás da portaria

Certas profissões acabam conhecendo o lado mais, digamos, engraçado do dia-a-dia das pessoas, como os porteiros.




Era uma vez... um rapaz muito bem humorado e observador. Nascido em Viçosa, há 23 anos, Rodrigo José de Souza hoje trabalha como porteiro de um dos maiores prédios residenciais de Viçosa: o Edifício Tocqueville, na Avenida PH Rolfs.
Rodrigo mora com os pais no bairro Santa Clara. Bem cedinho, por volta das 6h30, pega sua moto e parte para seu trabalho. Certa vez, no seu trajeto diário, uma senhora foi atravessar a rua na faixa de pedestre, ele esperou, esperou, esperou, mas ela não atravessava. Quando então, ele resolveu arrancar com sua moto, a ilustre velhinha também teve a mesma idéia. Resultado: Rodrigo quase atropelou a pobre senhora.
Porteiro do Tocquenville há dois anos, Rodrigo já assistiu muitas histórias engraçadas e curiosas durante sua jornada de trabalho. O elevador é cenário de muitos desses casos. Mas, espere, não é essa história que você está pensando!!! Rodrigo contou que algumas pessoas que visitam os moradores ficam olhando o elevador, receosas, pensando se ele irá cair a qualquer momento. Outras, esperam que o elevador chegue por um milagre, sem apertar o botão. E ainda questionam, “Tem que apertar o botão? E quando chegar no andar que eu quero parar, ele vai parar?”. Há também, aqueles que excedem um pouco no álcool, e de tão tontos não conseguem subir a grande distância de 16 degraus que liga a portaria ao elevador. Os que conseguem a grande façanha de chegar ao elevador, não têm força suficiente para ficarem de pé e apertar o botão que os levará até sua confortável cama e dormem no próprio elevador.
Apesar de não ser sua principal meta, Rodrigo tem vontade de conhecer Fernando de Noronha, mas não planejou nada ainda, está deixando as coisas acontecerem. Ele vive o dia de hoje e gosta do seu trabalho, pois se diverte muito.
Solteiro, no fim de semana, Rodrigo sai para as baladas. Gosta também de ver TV, assistir filmes e ler jornal. Aos domingos, prefere descansar, porque, como ele próprio diz, “a segunda-feira é brava”.